Inovação sem blá-blá-blá
Inovar como?
Pessoas com ideias e objetivos comuns. Na história da humanidade, este sempre foi o ponto de partida para a inovação. Agora pense no século XXI, quando elevamos a uma infinita potência esta reunião entre pessoas, hoje proporcionada pela internet e o resultado é a potencialização de quantas ideias podem ser geradas quando centenas de pessoas debatem sobre determinado assunto. Este brainstorm, assíncrono, disponível para os momentos de epifanía, é o ideal a ser reproduzido quando as empresas procuram inovação, ao permitirem que funcionários, parceiros, clientes (os stakeholders como um todo) exponham suas sensações, ideias, necessidades, críticas e sugestões sobre seus produtos e serviços.
Dois pesos, duas medidas
As redes sociais estão mostrando que esta abertura, que busca inovação, ideias, produtos e novidades pode ser algo positivo e negativo ao mesmo tempo. O ano de 2010 está sendo pródigo em mostrar que a “opinião pública” é sagaz em gerar ideias, mas também em criticar sempre que for ludibriada. Vários casos de promoções que saíram errado por gerarem virais que não atendem as expectativas, demissões por posições nebulosas em relação ao coletivo, são exemplos que mostram a disponibilidade em participar, mas também em criticar. E este espírito alimenta a inovação e precisa ser entendido.
Hoje está claro que a inovação depende muito mais da interação das empresas com as pessoas, em ambientes colaborativos e nas redes sociais, do que dependia antigamente dos cientistas das áreas de P&D, em seus laboratórios caros e que por anos pesquisam novas soluções até encontrar o produto, serviço ou processo ideal. O mercado é tão dinâmico que já não espera mais a perfeição. E os consumidores já não aceitam a impossibilidade de interferir naquilo que estão adquirindo.
A colaboração como teia da inovação
A tecnologia da informação, as redes sociais, as comunidades e ambientes colaborativos e com participação, são hoje a arena onde a inovação é mais oxigenada. Mas o desafio para as áreas de inovações e para as empresas e instituições vai além de simplesmente escolher e programar as ferramentas mais adequadas para a troca de informações. Já é de conhecimento público que a ferramenta não é nada sem as pessoas e precisamos considerar esta dimensão no processo de inovação. É das sinapses humanas que nascem as ideias. E é isso que precisa ser considerado em qualquer ambiente colaborativo. No Grupo Conectt tivemos a oportunidade de criar uma metodologia especifica para criação de ambientes colaborativos, já testado em grandes empresas, e que traz em seu bojo a definição de elementos tecnológicos e também humanos. Ou seja, temos a clareza que a colaboração é um processo humano, cujo fim é a relação entre as pessoas e o meio é a tecnologia e os ambientes sociais. A colaboração é, por assim dizer, a base para a inovação.
Porque as pessoas colaboram?
Em nossa metodologia de colaboração podemos ver que as pessoas participam e colaboram por diferentes motivos. Como motivos diretos, a participação se dá por curiosidade quanto ao objetivo da comunidade, por uma necessidade de realização e de reconhecimento e até por altruísmo mesmo. Como motivos externos, a colaboração se dá por recompensas diretas (este é um grande diferencial no planejamento neste tipo de ambientes), reconhecimento (imagine ter uma ideia sua aceita por todos) e reciprocidade (se este ambiente me aceita, posso conseguir coisas dele também). De nosso lado, ao planejarmos um ambiente colaborativo devemos considerar fatores importantes como o tempo disponível para participação, a usabilidade do ambiente, simplicidade (foco na solução) e transparência (do ponto de vista da governança e da participação). Por isso, sempre pensamos em ambiente assíncronos, pois as pessoas colabora na medida que podem realizar tal atividade.
André Boger
boger@conectt.com.br